quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Entrevista a Inês Maia

1. Fala-nos um pouco sobre ti.


Nasci em Matosinhos, a 19 de Janeiro de 1993. Passei a maior parte da infância com os meus pais e avós, os quais cultivaram em mim um grande apreço pela literatura e as artes em geral. Entrei para o Colégio de Nossa Senhora do Rosário aos dez anos de idade e frequentei-o até ao 12.º ano. Ingressei este ano na faculdade de medicina da universidade do Porto. No ano de 2004, duas contribuições minhas foram apresentadas na colectânea No traço dos sonhos…, publicada pelo meu colégio. As minhas áreas de interesse incluem a música, o cinema, a pintura e, claro, a literatura. Já fui vocalista de uma banda, a qual participou em várias competições musicais e espectáculos. Sou apaixonada pela escrita e redijo pequenos textos diariamente. "Desafio Celestial" é o meu primeiro livro. 

2. Agora sobre o teu livro.



O meu livro conta a história de Gabriel, um anjo, que depois de receber uma missão na Terra vê-se no corpo de um atraente jovem de quinze anos que tem pela frente a árdua tarefa de trazer de volta ao bom caminho Lisa Albuquerque, uma jovem rica da alta sociedade portuense, que está prestes a cair nas mãos do Senhor das Trevas. Mas será que Gabriel conseguirá salvar a alma de Lisa? E, se o conseguir, será capaz de se afastar dela, visto que está perdidamente apaixonado? São as perguntas que deixo sem resposta. Este livro trata temas actuais, como a presente tendência para o abandono emocional dos jovens e das crianças, a dificuldade crescente em distinguir o certo e o errado e a necessidade de unir novamente a Humanidade sob princípios Universais, de um modo jovial e divertido, direccionado principalmente às camadas mais jovens da sociedade. 

3. De onde surgiu a ideia para esta história?



Já há algum tempo que tinha decidido que queria escrever algo mais do que uma simples história, uma ideia que pudesse desenvolver e na qual pudesse trabalhar durante um largo período de tempo. Claro que o mais difícil era encontrar uma premissa para o meu trabalho. Durante essa busca pelo “Santo Graal” da inspiração descobri que, tal como acontece com algumas pessoas, as ideias só fazem o que desejamos quando que lhes dizemos o contrário do que queremos. Por isso, depois de uma tentativa não muito bem-sucedida com uma história que eu inventara, mas que não me cativava, decidi que ia deixar de procurar a inspiração e esperar que esta aparecesse. E foi isso que aconteceu, graças à psicologia inversa. Um sábado vi-me perdida em reflexões e surgiu-me a seguinte questão: “Se Deus é o único ser perfeito, então como serão os anjos?”. A partir deste momento soube que queria explorar melhor o imaginário que diz respeito a estas criaturas e aproximá-las do ser humano comum. Foi assim que as primeiras linhas do Desafio Celestial nasceram. 

4. Já tens projetos futuros? Pretendes manter o mesmo género? Podes dar-nos uma luz do que virá?



Estou a desenvolver vários projectos, incluindo uma continuação para o Desafio Celestial, na qual surgem personagens do primeiro livro e cujo manuscrito já terminei. Em paralelo, aperfeiçoo a arte do conto que me fascina. Com a faculdade tenho-me visto privada de tempo para escrever, o que é um terrível problema. No entanto, ainda que não desenvolva histórias muito longas na faculdade, continuo a escrever porque a escrita não é como andar de bicicleta, precisamos de prática constante para atingir a perfeição. Penso que o meu género primário foi o fantástico, mas agora sinto-me mais seduzida pelo estilo realista, existencialista e por obras que façam uma análise detalhada à sociedade e à condição humana. O que escrever a seguir irá, com certeza, espelhar o meu fascínio por este estilo. 

5. O que pensas da literatura portuguesa? Costumas ler? Achas importante apostar no que é nacional?

Ao contrário de muitas pessoas, eu acredito em defender e ler o que é nosso, principalmente quando se tratam de obras-primas de estilo e enredo impecáveis. Temos muitos exemplos disso mesmo, principalmente ao nível de clássicos. Claro que não se pode esquecer o nosso Nobel da literatura, José Saramago, que me parece ser muitas vezes um génio incompreendido pela maioria. As suas obras são de leitura mais densa, mas recheadas de simbolismo e reflexão crítica. Ao nível da literatura fantástica temos o Filipe Faria que conseguiu provar que os portugueses também sabem apostar no que o nosso país tem de melhor. Acho que ele é um exemplo para todos nós, jovens autores, e também para as editoras, pois algumas têm receio de apostar em obras de escritores pioneiros portugueses. Felizmente, não é o caso da Presença. 


6. Autores que te inspiram:



São tantos, mas vou tentar dizer só alguns nomes: Fernando Pessoa, Fiódor Dostoiévski, Carlos Ruiz Zafón, José Saramago, Jane Austen, Eça de Queirós… 

7. Livros:

Os meus livros favoritos de literatura portuguesa são: O rapaz de bronze, de Sophia de Mello Breyner, Os fidalgos da casa mourisca, de Júlio Dinis, Correntes, de Isabel Maia Contos, de Eça de Queirós e AsIntermitências da Morte, de José Saramago.

E de literatura estrangeira: Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski,Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, a trilogia dos Jogos da Fome, de Suzanne Collins e Por treze razões, de Jay Asher.

8. Filmes: 



Orgulho e Preconceito, A Origem, Despojos de Inverno, A Proposta e Cisne Negro. 

9. Apelos ou agradecimentos que queiras deixar:





Gostava de dizer a todos os que sonham com a publicação de um livro para arriscarem e escreverem com sentido crítico, de modo a melhorarem progressivamente o seu trabalho. A escrita é um trabalho de paciência, com muita transpiração à mistura e com frutos que demoram muito tempo a nascer. É algo que um futuro autor tem de aceitar. Por fim, aconselhava-os a partilhar o que escrevem com os outros de forma a saber o que estes pensam, para obter uma visão imparcial. Devem ser corajosos e dar o passo final quando sentirem que a obra está pronta, enviando-a para uma editora. E acreditar em si mesmos, sempre.

Gostava imenso de agradecer à Andreia, a autora deste blogue, pelo convite para a entrevista à qual foi um prazer responder! Mais uma vez, parabéns pela tua obra que é mais um contributo valioso para o espólio de boa literatura portuguesa. Por último gostava de fazer um agradecimento especial aos meus leitores que seguem os meus passos e me incentivam a continuar a trabalhar com as suas opiniões e sugestões e à minha editora, Presença, que apostou no meu projecto. Vocês são tudo para mim.

10. O que achas do blog d311nh4?



Fantástico! Tenho de confessar que estava um pouco afastada da blogosfera mas agora que entrei neste mundo não prescindo dele. É um blogue acima de tudo muito útil, porque as opiniões acerca dos livros são a melhor maneira de um leitor poder escolher mais assertivamente aquilo que deseja comprar, o que nem sempre é fácil, pelo menos para mim. Passo horas a percorrer estantes se não tiver uma ideia concreta do que quero adquirir. Este blogue é uma iniciativa espectacular e muito bem dinamizada por uma verdadeira amante de livros.




O objetivo é que a partir desta entrevista façam vocês as vossas perguntas. 
Para submeter perguntas à Inês enviem um e-mail para d311nh4@gmail.com e no assunto Entrevista a Inês Maia.
Ao atingirmos as 10 perguntas, sai a 2ª entrevista.


 Para ver a sinopse e a crítica clique na imagem!

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