sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Desaparecidos - Michael Grant

SINOPSE: E, se de repente, os telemóveis deixassem de funcionar, assim como os computadores e todos os outros aparelhos eléctricos e electrónicos. Sem pufs, flashes, luzes ou explosões. Nada. Mas há mais: não há nenhum adulto no perturbador universo de Desaparecidos.




Vem aí um novo livro capaz de tirar-vos o sono, provocar suores inesperados e fazer desaparecer o mundo exterior. Desaparecidos, de Michael Grant, pode não ser uma história de vampiros, mas vai vampirizar toda a vossa atenção. Leiam a sinopse, vejam o trailer, e digam-nos se não vos despertou o mesmo interesse.



GONE, de Michael Grant

Num mundo tão diferente daquele em que vivemos, sem muitas das comodidades que deixámos de valorizar pelo facto de não conseguirmos imaginar a vida antes delas, Desaparecidos é um livro perturbador e original. Tudo começa dentro de uma sala de aula quando, num piscar de olhos, o professor desaparece. Alarmados, os alunos saem da aula à sua procura. É então que começam a perceber que todos os adultos desapareceram. E que estranho se torna o mundo sem adultos. Bem-vindo ao ZRJ, abreviatura de Zona Reactiva Juvenil. A aventura vai começar… num ápice.
 
OPINIÃO: Penso que hoje em dia os livros não devem primar pela originalidade, devido aos anos de literatura que nos precedem, mas sim pela inovação. "Desaparecidos" de Michael Grant segue a temática da Utopia já explorada no clássico de William Golding, "O Senhor das Moscas" publicado em 1954. Contudo, Grant traz uma nova perspectiva a uma sociedade unicamente habitada por crianças ao acrescentar-lhe uma pitada deliciosa de ficção cientifica.
Num século em que os super-heróis lideram bilheiteiras, Grant permite às suas personagens adquirirem poderes que tanto são esplêndidos dons como terrivéis carmas.
Para a leitura deste livro ser intensa, o leitor tem de deixar entrar em si a filosofia de vida e refletir sobre as limitações humanas em tenras idades. Imaginem que de repente os adultos desaparecem e apenas crianças de catorze anos para baixo é que ficavam. O que acontece aos bébés de colo? aos incapacitados? Quem é que alimenta os mais pequenos? Quem impõe ordem nos seres humanos cujo sentido de moralidade ainda está em desenvolvimento?
Este livro levanta imensas questões de humanidade e a ansiedade é tremenda.
Muitos foram os momentos em que torci o nariz de repugnância por acções tomadas pelas personagens e inúmeras foram as vezes em que me sensibilizei com os acontecimentos e desfechos que outras tiveram.
Este livro está colocado na secção juvenil e não há erro maior do que esse. O enredo é demasiado forte e complexo psicologicamente para ser entendido e apreciado por crianças.
A linguagem é simples por estarmos perante a voz de personagens extremamente jovens, todavia os assuntos que abordam são superiores ao entendimento dos mesmos, o que só acontece devido à força da situação.
Temos o Sam do autocarro que é o típico lider por natureza, bondoso, corajoso e apaixonado pelo crânio do grupo, Astrid. Quinn, o amigo medroso e suficientemente estúpido para irritar qualquer leitor e Edilio que, apesar de não possuir poderes, é extremamente útil e atento às necessidades do grupo.
No lado negro temos Diana, a subordinada e apaixonada pelo supremo lider, Caine. Este é roido de inveja e alberga demasiados fantasmas no passado. Uma persoangem deliciosamente desprezível, ao estilo de um bom vilão. Para completar a trilogia dos vilões, temos Drake que é simplesmente um psicopata sem alma.
A primazia de Grant na construção das personagens assenta no pequeno irmão de Astrid que é autista. A capacidade de recriar as paranóias comuns nestes casos é impressionante e aplicá-las a este mundo é obra de mestria.
Adorei e recomendo vivamente!
É daqueles livros que nos deixa pensativos e que marcam.

Sem comentários:

Enviar um comentário