quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Predestinados - Josephine Angelini

SINOPSE: Como se desafia o destino? Uma maldição que nem os deuses conseguem vencer.

Helena Hamilton tem dezasseis anos e passou a vida inteira a tentar esconder o facto de ser muito diferente, o que não é tarefa fácil numa ilha tão pequena e resguardada como Nantucket. E está a tornar-se ainda mais difícil. Pesadelos com a travessia desesperada de um deserto fazem com que acorde desidratada e com os lençóis estragados de sujidade e pó. Na escola, é assombrada com alucinações de três mulheres a chorarem lágrimas de sangue... e, quando se cruza pela primeira vez com Lucas Delos, não percebe que estão destinados a desempenhar os papéis principais numa tragédia que as Parcas insistem em repetir ao longo da história.

À medida que Helena vai desvendando os segredos da sua ascendência, compreende que alguns mitos são mais do que simples lendas. Mas mesmo os poderes de semideuses poderão não ser suficientes para desafiar as forças que compelem Lucas e Helena a juntar-se... e que, ao mesmo tempo, tentam separá-los.

OPINIÃO: Este livro tem, logo à partida, um tema que adoro. Sou irremediavelmente fascinada pela mitologia grega. Agora, tragam-na para os dias de hoje e fico absolutamente rendida. 

O livro conta com alguns clichés que o deixam previsível e com aquela sensação de "onde é que já li isto?". Contudo, acaba por ter o seu interesse e por proporcionar umas belas horas de leitura.

Helena é uma jovem de 17 anos que sempre foi diferente. Possuidora de uma força, velocidade e carisma superior aos outros seres humanos, a protagonista quase que poderia passar por uma vampira, se a história não fosse outra, bem mais original.

A chegada da família Delos é o primeiro ponto alto do livro, atenuando a introdução um pouco extensa do estado de espírito de Helena. Foi aqui, e sobretudo no ponto em que o ódio puro culmina, que me senti intrigada. Tanto ódio não podia ser algo natural e, das duas uma, ou a autora era bastante fraca ao tratar este sentimento forte com tanta naturalidade, ou algo mistico estava a desencadear aquilo. E, bingo, começam as surpresas!

O enredo conta, obviamente, com romance e com muito mistério. Por volta de metade do livro, senti a parte romântica demasiado previsível, mas, qual não é a minha grande surpresa, quando me cortam as pernas no final? Já há muito que não me acontecia ficar a ansiar por um segundo volume e sem fazer ideia de como a autora vai resolver esta situação que criou nas últimas páginas.

Quanto ao resto do prol de personagens, destaco Heitor e Creonte. O primeiro pela personalidade mais rude e sincera e o segundo pela escuridão que o rodeia.
Heitor é diferente das outras personagens, sobretudo no que toca a Helena. O tratamento que lhe dá não é de idolatração e é o único que a atinge com a verdade. Veja-se que Helena tem a típica personalidade pessimista deste género literário, que tem como hábito direciona-las para decisões dotadas de pouca, ou nenhuma, inteligência.
Creonte é mau. Não aquele tipo de mau que visa um objetivo, não aquele mau interesseiro. Creonte é naturalmente cruel e tudo que o rodeia é negro como breu. É pouco paciente, é perspicaz, é um grande ponto positivo nesta saga.

Quanto à escrita, esta é simples, fluída e de muito fácil leitura. Não cansa com descrições. No entanto, gostava de ver o trama a ser desenvolvido para um público mais adulto. Principalmente os diálogos, que estão muito juvenis.

É uma coleção que veio para ficar.

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