quarta-feira, 8 de junho de 2011

A Muralha de Gelo - George R.R.Martin

SINOPSE: Eddard Stark só aceitou o prestigiado cargo de Mão do Rei para proteger o rei... ou não suspeitasse que o anterior detentor desse título fora mandado assassinar pela rainha. Mas agora Eddard tem a certeza que foi ela. E também sabe a razão: a rainha tem um segredo escabroso que pode levar à queda da dinastia e mesmo à guerra civil!

E como se a conspiração palaciana não bastasse, tudo piora quando o rei Robert Baratheon é ferido mortalmente por um animal numa caçada. Mas a Mão do Rei já desconfia de tudo: terá sido mesmo um animal... ou o trabalho de mais um assassino da rainha? Um homem honrado e justo, Eddard Stark começa a temer ser derrotado pelo ninho de víboras que é a Corte e a Casa Lannister.

Mas a ameaça de guerra civil não é a pior sombra que paira no ar. No norte, para lá da muralha de gelo, uma força misteriosa manifesta-se de maneira sobrenatural. E ainda mais longe, a última herdeira dos Targaryen prepara-se para invadir os Sete Reinos com o maior exército alguma vez visto... e com o auxílio de dragões!
 
OPINIÃO: Encontrar adjectivos que descrevam o que sinto quando pego nesta história é extremamente complicado, isto porque entro de tal modo na pele das personagens que a minha imaginação leva-me a imaginar o que é sentir o que eles sentem, passar pelo que eles passam. Esta imersão apenas acontece porque a escrita de Martin o possibilita com as suas descrições detalhadas, contudo nada aborrecidas, e pela emoção que atribui às personagens nos seus diálogos e pensamentos profundos. Bato palmas à originalidade do autor ou como se diria neste mundo medieval "curvo-me perante a sua genialidade".
Em termos de narrativa,  este volume supera o primeiro não em termos de qualidade(é impossível, quando se atinge o topo não se sobe mais) mas em relação ao desenvolvimento da história. As personagens crescem e o seu amadurecimento é visível nos comportamentos e nas acções drásticas que obrigatoriamente, por força do destino, têm de tomar. Refiro-me a Dany, Sansa, Arya, Robb e Jon que apesar de tão jovens têm um papel duro nesta parte da história e encontramos neles adultos capazes face às circunstâncias.
O factor surpresa é muitíssimo forte e compreendo agora a primeira advertência que me fizeram quando comprei este livro: "não te apegues às personagens".
O que é fantástico em Martin e na sua saga fílmica é a ausência do componente "Super-homem"(nietzschiano). Aqui, as persoangens não são dotadas de perfeição e por mais que indiquemos uma ou outra que primam por um lado, irão certamente falhar por outro. São o mais próximo possível que já vi da caracterização do ser humano real perecível a nível da carne e de alma.
Pondo de parte o assunto "personagens", também o enredo avança consideravelmente. O perigo que espreita do outro lado da muralha dá amostras de querer romper para os Sete Reinos a qualquer momento. Já os Senhores, ignoram este boato, os avisos de quem já viu e embarcam em derramentos de sangue por ouro e território ou, por vingança pura e desmedida de racionalidade.
Adoro, amo esta série e para terminar quero dizer que compreendo as comparações que são feitas com Tolkien mas temos de os separar porque cada um é um génio à sua maneira. Martin merece ser destacado!

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