Ainda sou
muito jovem e só agora comecei a conhecer-me. Acredito que uma pessoa
possa levar uma vida inteira sem se compreender totalmente, sem conhecer todas
as suas qualidades e defeitos, forças e fraquezas e, parecendo esta limitação
humana um pouco triste é um factor que nos dá graça e torna imprevisíveis.
Posso, no entanto, partilhar o pouco que sei sobre a minha pessoa. Sou calmo,
caseiro, cinéfilo e extremamente pensativo (o que pode, por vezes, levar-me à
soturnidade e melancolia). Extremamente sonhador, bem podia ter um quarto nas
nuvens só para mim. Adoro tocar e criar música e considero-me criativo por
natureza. Enfim, um rapaz com qualidades e defeitos, como qualquer outro, à
procura de si.
2. Agora sobre o teu livro.
“A
Devota” conta uma história passada nos subúrbios e vila de Sintra, em locais
secretos que desafiam a imaginação e que retratam a luta interior de uma jovem
que terá de ultrapassar as difíceis fases da infância e adolescência enquanto
enfrenta a luta interior de acreditar ou não no que lhe é dito e ensinado, enfrentando
vários desafios à sua fé e psique.
3. De onde surgiu a ideia para esta história?
3. De onde surgiu a ideia para esta história?
Sendo
português, um país maioritariamente católico, não tendo a minha família fugido
à regra, sempre ouvi, desde pequeno, que Deus vê e ouve tudo e que está sempre
connosco, o que me levou a perguntar-me se estará presente nos nossos momentos
mais íntimos e a que ponto será essa omnipotência e presença invasão e violação
de privacidade, surgiu então a ideia de escrever uma história que abordasse
este tema dramática e comicamente.
4. Já tens projectos futuros? Pretendes manter o mesmo género? Podes dar-nos uma luz do que virá?
Tenho escritos e prontos para publicação
cinco livros, encontrando-me a escrever o sexto. Não pretendo ser um escritor
de estilo único porque acabaria por oferecer sempre mais do mesmo ao leitor,
mas antes do género multifacetado, explorando vários estilos e abordar várias
técnicas, evitando a repetição e previsibilidade. Escrevi um romance
fantástico, uma auto-biografia, um romance, um livro de contos e um ensaio,
tendo regressado recentemente ao género romancista. Todos são especiais e
importantes à sua maneira, oferecendo-me sensações diferentes de escrita e
pensamento que espero poder transmitir ao leitor.
5.
O que pensas da literatura portuguesa? Costumas ler? Achas importante apostar
no que é nacional?
Penso que precisa de ser mais sustentada
por parte das editoras, que parecem ter medo de apostar em novos autores portugueses.
Acredito que existe talento e muitos escritores sedentos de o mostrarem.
Qualidade literária não falta, apenas apoio. Acredito que se tal acontecer, a
tendência em ler-se autores portugueses aumentará exponencialmente, tal como
tem vindo a acontecer com a música nacional, que é cada vez mais ouvida. Tendo
tanto para mostrar, é só darem-nos uma oportunidade. O autor que mais li até
agora foi Saramago, se bem que Eça, Pessoa e Florbela Espanca não me escaparam.
Tenho de admitir que há outros autores que merecem mais a minha atenção do que
aquela que lhes tenho dado, mas já lhes prometi retratar-me dessa falha.
6. Autores que te inspiram:
Fiodor Dostoievski, José Saramago, Miguel de Cervantes, Oscar
Wilde, R.L. Stine, George Orwell, Chuck Palahniuk, Franz Kafka, Stephen King.
7. Livros:
“D. Quixote de La Mancha ”, “O idiota”, “Ilíada”, “O triunfo dos
porcos”, “Retrato de Dorian Gray”, “Memórias de uma gueixa”, “Clube de Combate”,
“Ensaio dobre a cegueira”, “Caim”, “Evangelho segundo Jesus Cristo”, “Onde
vamos, papá?”, “Metamorfose”, “Os homens que odeiam as mulheres”, “A paixão de
Maria Madalena”, “A luz”, “Carrie”, “Teleny”, “A volta ao mundo em 80 dias”, “Harry
Potter”, “O senhor dos anéis”, “Arrepios”.
8. Filmes:
“Fight
Club”, “Drive”, “O Padrinho”, “Inception”, “O grande ditador”, “Donnie Darko”, “Old
Boy”, “Forrest Gump”, “Dr. Strangelove”, “Laranja Mecânica”, “Full Metal Jacket”,
“2001: Odisseia no espaço”, “The Departed”, “Raging Bull”, “Taxi Driver”, “A
corda”, “Pulp Fiction”, “Sacanas sem lei”, “O bom, o mau e o vilão”, “Assassinos
Natos”, “O estranho caso de Benjamim Button”, “Snatch”, “Rock N Rolla”, “A
praia”, “Trainspotting”, “Irreversível”, “A vida é bela”, “O maquinista”, “O
assassínio de Jesse James pelo cobarde Robert Ford”, “O feiticeiro de Oz”, Casablanca”, “Harvey”, “Amadeus” e
tantos outros.
9. Apelos ou agradecimentos que queiras deixar:
9. Apelos ou agradecimentos que queiras deixar:
Apelo à fé nos novos autores portugueses, seja em que
corrente artística for e agradeço àqueles que perdem algum tempo das suas vidas
para me lerem e que acreditam no que faço e sobretudo naquilo que ainda posso vir
a fazer.
10. O que achas do blog d311nh4?
É visualmente
agradável, está bem organizado, as entrevistas estão bem estruturadas e são
feitas questões pertinentes. As críticas são concisas e os passatempos são uma
boa forma de manter os visitantes interessados e atentos.
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