terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Como é linda a puta da vida - Miguel Esteves Cardoso

SINOPSE: «O que espanta num gato é a maneira como combina a neurose, a desconfiança e o medo - para não falar numa ausência total de sentido de humor - com o talento para procurar e apreciar o conforto e, sobretudo, a capacidade para dormir 20 em cada 24 horas, sem a ajuda de benzodiazepinas.

O gato é neurótico mas brinca. (...) Mas, acima de tudo, descobriu o sistema binário da existência.
Que é: dormir faz fome. Comer faz sono. Acordo porque tenho fome.
Adormeço porque comi. Nos intervalos, faço as necessidades.»


OPINIÃO: Não entendo este tipo de "literatura". A mim parece-me (perdoem-me) que estou a ler o diário de alguém!
Crónicas, chamam-lhes... Eu já li e ouvi crónicas, abordando assuntos políticos, notícias mediáticas da atualidade, até sobre objetos ou temas do passado, como é o caso d'"A caderneta de cromos". Já Miguel Esteves Cardoso, neste livro (não li os outros e não pretendo ler), não se foca em nada de interessante.
Ora bem, a primeira parte é extremamente intimista, demasiado pessoal. Ele explora os seus sentimentos face ao cancro da esposa. É tocante, é comovedor, é um assunto que mexe sempre comigo. No entanto, chegou a um certo ponto que se tornou repetitivo, redundante e até um pouco obsessivo. 
Algumas crónicas fizeram-me sorrir, não o nego, pela pertinência em certos aspetos da vida que não nos damos conta - como o facto de dizermos a uma criança de 8 anos que só pode ter determinada coisa aos 16. Vejamos, 8 anos, para um homem de 30 ou 40 é pouco, passa num instante. Já para uma criança de 8 anos é toda a sua vida! Gostei.
Esta, em particular, filtrei. A maioria achei desinteressante, algumas fúteis. Aliás, até me desiludiu pela importância dada a roupas de marca ou comidas estupidamente caras de restaurantes franceses. Senti-me a ler o blogue da Margarida Rebelo Pinto.
Esta leitura nunca teria sido uma escolha minha. Foi graças ao Clube de Leitura Bertrand que tive a oportunidade de conhecer o trabalho desta figura pública e de perceber que não faz, de todo, o meu género.
Na minha mais honesta opinião, isto NÃO funciona como livro!  

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