segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Jesus ama-me - David Safier

SINOPSE: Marie, uma trintona que vive numa pequena aldeia alemã, tem um especial talento para se apaixonar pelos homens errados. Pouco depois de deixar o noivo plantado no altar, conhece Joshua, um carpinteiro estranho, fora do comum. Joshua é um homem diferente de todos os que conheceu antes: sensível, atencioso, desinteressado. Mas, infelizmente, também não é o homem perfeito: no primeiro encontro confessa que é Jesus.


A princípio, Marie pensa que ele está completamente louco, mas aos poucos vai-se dando conta de que a sua história bate certo. Apaixonou-se pelo Messias, que veio à Terra antes do Juízo Final. Marie deverá enfrentar não apenas o fim do mundo, previsto para a terça-feira seguinte, mas também o romance mais destrambelhado de todos os que já viveu.



Estas páginas proporcionam ao leitor as mesmas gargalhadas e divertimento que Maldito Karma, o primeiro romance de David Safier, um fenómeno editorial em todo o mundo. Jesus Ama-me é uma história original e descarada sobre o amor, a família e a tolerância, uma enorme diversão e uma comovedora fábula sobre o valor dos sentimentos.


OPINIÃO: Safier pega num tema, à partida, cliché e transforma-o numa autêntica comédia, com muitas sugestões pertinentes e satíricas.

Depois do fantástico "Maldito Karma", o autor escreve um novo e originalíssimo romance cuja temática recai sobre a religião. Contudo, não pensem que vão encontrar um apelo ao cristianismo ou algo semelhante, desenganem-se. Em "Jesus ama-me" (título sugestivo para as pregações dos jeovás) facilmente leva o leitor desatento ao engano, este enredo centra-se no facto de Jesus vir à terra no século XXI.
Imaginem um ser ão nobre e inocente como Jesus em pleno século XXI, com a aptidão que o ser humano criou para a descrença. 

Marie, uma mulher que tropeça desde sempre na sua própria idiotice, está prestes a ver a sua existência virada de cabeça para baixo, ao descobrir que, não só o fim do mundo está à espreita, como acaba de se apaixonar pelo Messias.

Dentro desta base, cria-se um enredo delicioso, recheado de momentos de pura comédia e, curiosamente, emotivos, onde George Clooney dá a cara ao diabo e o pecado já não recai no preto e branco, e Jesus estará no palco destas descobertas.

Saliento a personalidade da irmã de Marie, que confrontada com a inevitabilidade do destino, utiliza o desenho para se expressar. Confesso que me apaixonei pelas bandas desenhadas presentes ao longo do livro e considero-as os momentos altos da narrativa.

Porém, senti-me desiludida com o rumo que a história tomou, algo que já vi ser um problema para o autor, como terminar em grande. Houve uma embrulhada perto da reta final que me fez carregar o sobrolho, mas não deixou de ser uma leitura agradável por isso.

A escrita, como devem imaginar, é simples e muitíssimo fluída. Só aconselho a lerem quando estiverem de bom humor e preparados para dar de caras com uma quantidade imensa de idiotice com sentido.

Numa palavra apenas: divertido.

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