1. Fala-nos um pouco
sobre ti.
Sou uma pessoa que descobriu o caminho da sua vida através da escrita, um
contador de estórias que teve a felicidade de encontrar relativamente cedo o
escoadouro ideal para as suas ideias.
2. Agora sobre o teu livro "O Perraultimato".
Trata-se do primeiro capítulo de uma série que se passa num mundo em que os
contos populares coexistem num universo partilhado, um universo no qual as
estórias da nossa infância tiveram invariavelmente finais horríveis. Cabe a um
grupo selecto de personagens descobrir o motivo pelo qual as suas estórias e as
dos outros correram tão mal, mas primeiro terão de sobreviver à companhia umas
das outras, antes de poderem sequer pensar em enfrentar os perigos que
certamente os aguardam num mundo em que parece impossível alguém ter um final
feliz.
Não é a primeira estória em que personagens de contos diferentes se encontram, nem tão-pouco a primeira estória em que os contos da nossa infância acabam mal, tenho perfeita noção disso. Mas, tanto quanto sei, é a primeira série em que os contos acabam mal por uma razão, e que obriga as personagens a lidarem a um nível quase metaliterário com as consequências enquanto procuram por um final feliz que à partida parece inalcançável.
Não é a primeira estória em que personagens de contos diferentes se encontram, nem tão-pouco a primeira estória em que os contos da nossa infância acabam mal, tenho perfeita noção disso. Mas, tanto quanto sei, é a primeira série em que os contos acabam mal por uma razão, e que obriga as personagens a lidarem a um nível quase metaliterário com as consequências enquanto procuram por um final feliz que à partida parece inalcançável.
3. De onde surgiu a ideia para esta história?
Material não falta (contos populares), mas a primeira semente foi plantada
pela minha mãe, que me contava estórias nas quais uma série de figuras do
imaginário popular e personagens de desenhos animados se encontravam e falavam
umas com as outras. A ideia foi amadurecendo ao longo dos anos, e «Felizes
Viveram Uma Vez» é o resultado.
4. Já tens projetos futuros? Pretendes manter o mesmo género? Podes dar-nos
uma luz do que virá?
Tenho, sim, e tão cedo não me imagino a sentir a necessidade de abandonar o
género fantástico, tendo em conta a quantidade de registos e variantes que a
fantasia permite. Já é do conhecimento geral que eu voltarei à minha primeira
série - às Crónicas de Allaryia - no futuro, mas o que virá depois ainda é
segredo.
5. O que pensas da literatura portuguesa? Costumas ler? Achas importante
apostar no que é nacional?
O mesmo que penso acerca da literatura de outros países: produziu obras
muito boas e obras muito más. Se tivesse de destacar uma característica, diria
que é uma literatura lírica por excelência, por força da índole da própria
língua, o que se reflecte na falta de determinados géneros literários no
cardápio nacional. Costumo ler, evidentemente, pois um escritor tem
forçosamente de ler na sua língua materna, mas concentro-me mais nos clássicos
do que na literatura portuguesa contemporânea. E sim, acho muito importante
apostar no que é nacional, porque um bom livro é sempre um bom livro, mas uma
vez que a cultura actualmente vigente é de mediocridade, então entre um mau
livro português e um mau livro de outra qualquer nacionalidade, será sempre
preferível ser «caseiro»...
6. Autores que te inspiram:
Eu leio livros, e não autores, mas a verdade é que Tolkien deixou em mim
uma marca indelével. Não necessariamente a nível literário, mas por ter
plantado em mim a vontade de criar o meu próprio mundo .
7. Livros:
Os meus.
8. Filmes:
Não sou grande cinéfilo.
9. Apelos ou agradecimentos que queiras deixar:
Tive sete livros para agradecer às pessoas mais importantes de determinadas
fases da minha vida. Resta-me continuar a agradecer aos meus leitores, que me
deram e continuam a dar a possibilidade de viver o meu sonho e que me permitem
entretê-los com os meus desvarios.
10. O que achas do blog d311nh4?
Sou honesto e admito que não costumo frequentar a blogoesfera. Mas agradeço
o serviço público que prestas em nome da literatura nacional. E o Gato de
Cheshire é sinal de que tens bom gosto.
"serviço público que prestas em nome da literatura nacional" LOL É lá, isto é prestígio. Andreia, nada contra, mas "serviço público" era das última expressões que imaginaria utilizar aqui.
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