SINOPSE: O clássico As Brumas de Avalon regressa ao mercado português para dar a conhecer a uma nova geração esta história mágica e intemporal centrada nas mulheres que, por detrás do trono de Camelot, foram as verdadeiras detentoras do poder.
Morgaine é ainda uma criança quando testemunha a ascensão de Uther Pendragon ao trono de Camelot. Uther deseja Igraine, a mãe de Morgaine, presa a um casamento infeliz com Gorlois. Mas há forças maiores que estão em curso e que se preparam para mudar as suas vidas para sempre. Através da sua sacerdotisa Viviane, Avalon conspira para unir Uther a Igraine e dessa aliança nascerá Arthur, a criança que salvará as Ilhas. Morgaine, dotada com a Visão, é levada por Viviane para Avalon onde irá receber treino como sacerdotisa da Deusa Mãe. É então que assiste ao despertar das tensões entre o velho mundo pagão e a nova religião cristã. O que Morgaine desconhece é que o destino irá armar-lhe uma cilada e pô-la, de novo, no caminho do meio-irmão Arthur da forma que menos espera…
OPINIÃO: Um livro com imensa profundidade, com uma história incrivelmente bem estruturada, personagens autênticas e com elevados momentos que inspiram à reflexão.
Marion Zimmer Bradley escreveu sobre a lenda arturiana e já isso por si é maravilhosamente apetecível. Porém, para ler este livro, tive de deixar de parte tudo o que sabia da lenda, porque como sabemos, de autor para autor a história sofre sempre mudanças.
"A senhora da magia" é centrada nas mulheres o que talvez torne a leitura mais apelativa ao sexo feminino. (se estiver enganada em relação a esta afirmação, melhor!)
Igraine, mãe de Morgaine e de Arthur, é a voz da primeira parte da narrativa. Esta mulher foi lançada para o seu destino contrariada e todos os passos que deu foram traçados meticulosamente pela Deusa, através da sua irmã Viviane e o Merlim Tailiesin. Quando deparada com a possibilidade de um destino ao lado de Uther, Igraine cai numa luta interior, a culpa de desejar intimamente a queda e morte do atual marido Gorlois e a vontade de se unir ao homem que ama.
Devo dizer que adorei esta personagem enquanto foi narrado o seu crescimento como rainha, mas o seu "fim" é inesperado e triste.
Morgaine, a principal figura deste livro, "é pequena e feia como as fadas". É a personagem mais ambígua do enredo e consegue surpreender com as suas oscilações de pretensões e desejos. No entanto, uma vez que acompanhamos vários estágios da sua vida, tal é natural, a criança tem aspirações diferentes da adolescente e da mulher.
Viviane, a terceira figura feminina, é uma personagem difícil de definir. A sacerdotisa tem atitudes que deixam a desejar e no entanto é de uma presença e poder inigualável a qualquer outro personagem.
Uther é galante e com uma pitada de infantilidade que o deixa irresistível. É um homem de uma força orgulhosa e destemido. O seu amor é digno de contemplação dando-lhe uma faceta humana que o completa por inteiro. Adorei as passagens que protagonizou.
Arthur é algo vago neste volume, uma vez que só nasce a mais de meio do livro.
A escrita leva ao limite das emoções o que cativa imenso, arrastando o leitor para o sentimentalismo, para a empatia com quem sofre.
É fascinante ver onde Bradley insere as personagens que sempre habitam a lenda arturiana: Lancelot, Gwaine, Guinivere, Morgause, Ector, Kay, entre outros.
Fiquei desejosa de ler o segundo e saber quem é aquele que ficou por nascer e que irá trazer grandes mudanças!
Obrigada SdE por reeditares esta maravilhosa coleção.
Adorei todos os 4 volumes desta história. A forma como a história é contada pelo ponto de vista das mulheres, as personagens tão bem descritas... Já estou com vontade de reler os livros.
ResponderEliminarAproveito para dar os parabéns pelo blog. Bjs
Obrigada =D
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